É oficial, estamos no Verão!
Com esta estação maravilha vêm as festas (é tipo brinde ou "promoção par" do feira nova)... quem fala em festa fala obrigatoriamente em ramboia e copofonia, daí que a vossa querida, gira, fofa tia tenha preparado carinhosamente um manual de sobrevivência.
A grande parte dos sobrinhos já é honoris causa nestas coisas, mas nunca é demais relembrar procedimentos de base.
Vomitar (a.k.a. "gomitar" entre a malta da paróquia): junte dois dedos... (se não resultar até podes enfiar 3 ou 4). Abra bem a boca. Enfie-os pela goela abaixo e deixe-se ir. Faça atenção especial com o cabelo e com o local onde chama o "greg". Se estiver no meio da multidão evite vomitar (sim!... como se isso fosse possível!), se estiver no WC, aconselho a não ajoelhar (imagine só a quantidade de mijo que já saltou, nem os homens nem as mulheres são snipers, daí que se der para evitar o chão da tasca, melhor).
Depois de vomitar: peça água, de preferência com açúcar, peça também alguma coisa para morfar e feche a boca para tudo o que tenha álcool. Lavar a boca com whisky não é uma boa ideia (vá por mim que sou a voz da experiência).
Discurso: tente ser original. Não se ponha com coisas como "nunca mais bebo" ou "eu amo-a(o)", ou até mesmo "foram as misturas...", "...foi da última cerveja", "... foi da groselha do moranguito"... enfim. Vamos tentar uma abordagem diferente, sim? A produção do discurso tem de ser antecipada! Quando se está sóbrio. Para uma utilização oportuna à posteriori . Depois pode rematar com um ligeiro toque humorístico para compensar a preocupação de quem lhe segurou os cabelos na hora G (de gómito). Qualquer coisa como: "sabem quantas beatas estão no chão da casa de banho? Nenhuma... estão todas aqui nas minhas calças...!".
Chegar a casa: compre pastilhas ou tic-tac's antes de começar a beber... cheiro por cheiro bastará o de mijo na roupa, não tem de partilhar também o cheiro a vomitado! Meta os tic-tac's todos na boca (ou um pacote de tridente) e ninguém desconfiará que estive a vomitar... ou que esteve quase em coma.
Acordar: não me venha com merdas outra vez. Não, não é a pior ressaca da sua vida (ainda tem uma vida longa pela frente - se a cirrose, entretanto, não lhe carcomer o fígado!) e sim, mesmo que jure a pés juntos, na semana seguinte já está com outra igual ou pior... não diga, por isso, que nunca mais bebe álcool!
Telemóvel: provavelmente no auge da combustão do álcool no sangue vai-lhe dar para sacar do telemóvel e ligar/mandar sms para o(a) ex e/ou projecto de esquema/amigo(a) colorido(a)... portanto vamos prevenir acções degradantes, de que mais tarde se arrependerá largamente, e façamos o seguinte: deixe o telelé em casa ou entregue-o a alguém de confiança, alguém que nem sob tortura (a sua) lhe devolverá o dito cujo. Na eventualidade de já ser tarde demais e a asneira já ter sido cometida, passamos para o plano B. Assim que lhe passar a ressaca, adquira um novo cartão e envie a seguinte mensagem: "fui assaltado ontem à tarde. roubaram-me o telemóvel e enquanto não conseguir uma segunda via, este é o meu número: 91 blá blá blá..." Fica assim justificada a chamada absolutamente deprimente e degradante de alguém que, com voz de quem está a sofrer um AVC, resolveu marcar o número e falar para quem não devia... foram os larápios... esses bandidos!
Depois, e não necessariamente por esta mesma ordem: tomar um banho, pôr o quarto a arejar (pois neste momento parece uma adega), guronsan, água, água e água até lhe passar a sensação de lixa na língua e aquele sabor a papel de música!

Aprendam... a Tia Cremilde é que sabe!