Hoje descobri o prazer que é dizer palavrões em francês.
Eu sei... uma tiazoca como eu devia dar o exemplo e manter o nível e a classe que habitualmente me caracteriza, mas é que às vezes há stress que abalam a compostura... e assim-comá-sim... a ter que ser ordinária, que seja na versão chique...
Cá vai um bom exemplo de como lidar com o stress após a reunião de projecto catequistico onde o burgesso do chefe fala, fala e, tal como já é habitual, simplesmente continua a não dizer nada:
ponto 1) saia da sala de reuniões passeando a sua classe e disfarçando o ar de azia por ter passado os últimos 76 minutos da sua preciosa vidinha a ouvir um gajo que por cunhas, e não por mérito, é seu superior;
ponto 2) dirigindo-se ao seu gabinete, sem perder o seu sorriso "pepsodent", repita as frases que se seguem em tom de quem não recebe o suficiente para aturar palhaçadas (se não sabe qual é, basta perguntar a um qualquer professor... devem saber perfeitamente a que tom me refiro) e sem qualquer paragem, solte o "avec" que há em si (não se esqueça de "armar" o beicinho para lhe sair bem a pronúncia):
- Va te faire enculer
- Toi, baclêur bon à rien
- Je m'en foutre!
- Toi petit merdeur, reste d'accouchement
- Tu me fais chier
- Ferme ta gueule!
- et va t'faire mètt, connard...
ponto 3) respire fundo, ignore os olhares dos colegas que não sabiam que você falava tão bem francês, jogue a papelada para cima da sua secretária e saia para tomar um café.
ponto 4) deixe para o dia seguinte a interiorização do trabalho acrescido que vai ter pelo facto de ter um patrão incompetente dado que não disponho de mais expressões "avecs" que lhe possam valer nesse stress.
Nada como manter o nível!
Sintam-se à vontade para alargar o reportório. Por enquanto ça sufit.
